segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Estreia





Nossa montagem é um deboche estético que tenta traduzir esses Tempos Absurdos.

A dramaturgia  do absurdo revela uma concepção de mundo desprovido de lógica, sem conexão, onde suas criaturas pairam sozinhas com a responsabilidade de dar sentido às suas existências,  elas são uma critica a sociedade moderna e um alerta  sobre o fascismo.

A montagem ,  obedece aos princípios básicos de uma encenação absurda. É um teatro de situação em oposição ao teatro de acontecimentos em sequencia - não tem o objetivo de apresentar destinos ou aventuras de personagens - não debate proposições ideológicas (mais ou menos) - não tem começo, meio e fim - não se preocupa em resolver problemas de conduta moral,  e em sendo assim,não é dramático no sentido aceito da palavra.

Sobre o Teatro do Absurdo –                                    

Depois de duas guerras mundiais, manifestos de artistas surrealistas, dadaísta e metafísicos expressavam suas decepções com o fracasso das ciências, das religiões e da filosofia existentes até então, pois se revelaram incapazes de evitar a grande destruição que assolou o planeta. Freud já chamava a atenção para um aspecto novo da realidade humana, pois muitos atos praticados pelos homens são automáticos e independentes de um encadeamento de razões lógicas.

E o mundo continuou assim. Na Cena , esse grito surge através  do Teatro do Absurdo, Beckett e Yonesco são seus principais representantes. Era preciso que a criação artística se libertasse  das amarras do pensamento racionalista e traduzisse cenicamente essa  sensação de perda diante do desaparecimento de certezas absolutas, e refletisse uma existência que se tornou mesquinha, mecânica e privada de dignidade.

Para Martin Esslin “absurdo é aquilo que não tem objetivo... divorciado de suas raízes religiosas, metafísicas e transcendentais, o homem está perdido; todas as suas ações se tornam sem sentido, absurdas, inúteis”.

Camus  em 1942, no mito de Sísifo, já dizia: “Um mundo que pode ser explicado  pelo raciocínio, por mais falho que seja é um mundo familiar, mas num universo repentinamente privado de ilusões e de luz o homem se sente um estranho. Seu exílio é irremediável, por que foi privado da lembrança de uma pátria perdida tanto quanto da esperança de uma terra de promissão futura. esse divorcio entre o homem e sua vida, entre o ator e seu cenário, em verdade constitui o sentimento do absurdo“.

SERVIÇO

Espetáculo composto de recortes dos textos mais de: Eugène Yonesco, com as peças“As Cadeiras”, “A Cantora Careca”, “O Rinoceronte” e “A lição”, e Samuel Beckett, com as peças “Fim de Partida” e “Esperando Godot”. Adaptação e Direção Geral de Chico Expedito e tradução dos textos de Sérgio Schultz.

Esta é a quarta montagem da Turma Zero do Curso de Interpretação Teatral da 4 Portas na Mesa, que completa 4 anos de Escola Livre de Teatro em Sobral-CE.



Ficha Técnica
TEMPOS ABSURDOS
Adaptação livre de textos do Samuel Beckett e Eugène Ionesco
Adaptação
Chico Expedito
Tradução
Sérgio Schultz
Elenco
Adriano Martins - “Sr. Smith”, “Atibonio”, “Criada”
Leticia Muniz - “Sra. Martin”, “Menino”, “Aluna”, “Garçonete”.
Jandê - “Merceeira”écnica
Joyce Ramos - “Didi”, “Mary”, “Dona de casa”.
Moon Kenzo - “Sra. Smith”, “Professor” e “Jean”
Malika - “Sr. Martin”, “Berenger”
Josh Brandohw - “Gogô”, “Lógico”
Iluminação
Chico Expedito
Sebastião Lima
Operação de Luz
Sebastião Lima
Direção Musical
Letícia Muniz
Jandê
Moon Kenzo
Músicos
Jandê
Jonas Gomes
Cenografia
Chico Expedito
Jonas Gomes
Máscaras
Elmo Ricardo
Pinturas das Máscaras
Jonas Gomes
Orientação e Preparação Corporal e de Movimento
Elmo Ricardo
Figurino
Grupo
Produção e Comunicação
Fran Nascimento
Assistência de Direção
Elmo Ricardo
Direção Geral
Chico Expedito
Realização
4 Portas na Mesa


Agradecemos aos Amigos da Casa: Jorge Trindade. Sergio Schultz, Assis Muniz e Grijalba Mendes,
E aos Patrocinadores:






Fotos do Espetáculo de Negro Soousa





















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