texto de Claudio Tovar
direção e adaptação de Chico Expedito
figurinos e adereços de Claudio Tovar
iluminação de Carlos Lafert
trilha sonora de Chico Expedito
Rio de Janeiro 1993
Elenco
Lucinha Lins
Claudio Tovar
Andrea Dantas
Anna Aguiar
Angel Palomero
Marcos Breda
Produção
CARAVANA PRODUÇÕES ARTÍSTICAS
Maria Helena Alvarez
Chico Expedito
imprensa (amostra)



critica
Crítica publicada no Jornal do Brasil - Caderno B Por Lucia Cerrone - Rio de Janeiro - 25.09.93
Lucinha LIns (E), a fada e Cláudio Tovar (abaixado, o ajudante da bruxa, na peça
A Bela Adormecida.
Foto Guga Melgar
O alegre triumfo dos vilões
Definir um espetáculo como "uma boa mistura" não significa, na maioria das vezes , um elogio. Porém, quando essa mistura inclui o Teatrinho Trol e os Dzi Croquetes, o resultado é no mínimo interessante.
A adaptação de Cláudio Tovar para A Bela Adormecida, em cartaz no Teatro Ipanema, é uma bem – humorada versão do conto clássico, em que a história original aparece quase como pano de fundo, ficando o melhor com os vilões e os elementais – a Fada e o Gnomo.
Logo que as luzes se apagam, um soldado do rei convida o público para se levantar e cumprimentar os soberanos. O inesperado movimento anima de cara o público. No palco, a "Belinha", ainda um bebê, vai ser batizada. Mas, antes mesmo que o fuso da roca a ponha a nocaute, a chegada triunfal da Fada-Madrinha pela lateral da platéia rouba a cena, provocando demorados aplausos. Daí em diante, fica quase impossível controlar a ativa intervenção do público no espetáculo.
O texto um pouco longo do começo da peça é atenuado pelo humor do elenco e por marcações criticamente caricatas do diretor. Mesmo que não-intencional, o melhor do estilo Trol se apresenta, quase como uma citação. Porém, se nas cenas do castelo os diálogos se truncam e as marcações se amontoam, no bosque tudo vai bem. A direção de Chico Expedito, trabalhando melhor com pequenas cenas, deixa brilhar o especial humor dos maus, num interessante contraponto aos bons.
Lucinha Lins é uma Fada-Madrinha com todos os requisitos para o papel. Sua empatia com o público é instantânea. O mesmo acontece com o Gnomo, interpretado por Marcos Breda, numa performance irrepreensível, e Andréa Dantas faz uma Bruxa Má com atraente comicidade.
Cláudio Tovar, dono de um particular humor, faz de Moujike, o fiel ajudante da bruxa, um simpático vilão, talvez o único da história do teatro infantil a ser aplaudido entusiasticamente no final do espetáculo. Para os saudosos, tem até o incredible da doutora Arnalda e da doutora Hilária, dos bons tempos do Dzi Croquetes.
Com personagens tão fortes, era de se esperar que A Bela e o Príncipe ficassem ofuscados, o que realmente acontece. Ana Aguiar, em bonita e suave atuação destoa do Príncipe interpretado por Angel Palomero. Faltando a este o physique du role e uma presença cênica mais forte, fica praticamente impossível acreditar no romance do casal.
Com cenários criativos de Alziro Azevedo para o bosque e figurinos adequados de Cláudio Tovar, A Bela Adormecida, é um espetáculo que pega o público pelo humor e pelo diálogo que estabelece com a platéia, sem que isso se torne um jogo previsível e repetitivo.
Cotação: 2 estrelas (Bom)
A Bela Adormecida.
Foto Guga Melgar
O alegre triumfo dos vilões
Definir um espetáculo como "uma boa mistura" não significa, na maioria das vezes , um elogio. Porém, quando essa mistura inclui o Teatrinho Trol e os Dzi Croquetes, o resultado é no mínimo interessante.
A adaptação de Cláudio Tovar para A Bela Adormecida, em cartaz no Teatro Ipanema, é uma bem – humorada versão do conto clássico, em que a história original aparece quase como pano de fundo, ficando o melhor com os vilões e os elementais – a Fada e o Gnomo.
Logo que as luzes se apagam, um soldado do rei convida o público para se levantar e cumprimentar os soberanos. O inesperado movimento anima de cara o público. No palco, a "Belinha", ainda um bebê, vai ser batizada. Mas, antes mesmo que o fuso da roca a ponha a nocaute, a chegada triunfal da Fada-Madrinha pela lateral da platéia rouba a cena, provocando demorados aplausos. Daí em diante, fica quase impossível controlar a ativa intervenção do público no espetáculo.
O texto um pouco longo do começo da peça é atenuado pelo humor do elenco e por marcações criticamente caricatas do diretor. Mesmo que não-intencional, o melhor do estilo Trol se apresenta, quase como uma citação. Porém, se nas cenas do castelo os diálogos se truncam e as marcações se amontoam, no bosque tudo vai bem. A direção de Chico Expedito, trabalhando melhor com pequenas cenas, deixa brilhar o especial humor dos maus, num interessante contraponto aos bons.
Lucinha Lins é uma Fada-Madrinha com todos os requisitos para o papel. Sua empatia com o público é instantânea. O mesmo acontece com o Gnomo, interpretado por Marcos Breda, numa performance irrepreensível, e Andréa Dantas faz uma Bruxa Má com atraente comicidade.
Cláudio Tovar, dono de um particular humor, faz de Moujike, o fiel ajudante da bruxa, um simpático vilão, talvez o único da história do teatro infantil a ser aplaudido entusiasticamente no final do espetáculo. Para os saudosos, tem até o incredible da doutora Arnalda e da doutora Hilária, dos bons tempos do Dzi Croquetes.
Com personagens tão fortes, era de se esperar que A Bela e o Príncipe ficassem ofuscados, o que realmente acontece. Ana Aguiar, em bonita e suave atuação destoa do Príncipe interpretado por Angel Palomero. Faltando a este o physique du role e uma presença cênica mais forte, fica praticamente impossível acreditar no romance do casal.
Com cenários criativos de Alziro Azevedo para o bosque e figurinos adequados de Cláudio Tovar, A Bela Adormecida, é um espetáculo que pega o público pelo humor e pelo diálogo que estabelece com a platéia, sem que isso se torne um jogo previsível e repetitivo.
Cotação: 2 estrelas (Bom)





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