Revista 4 Portas
Tempos de Brecht
TEMPOS
DE BRECHT
Textos
de Bertold Brecht
Elenco
Dinho Duarte
Elmo Ricardo
Fran Nascimento
Joyce Ramos
Laídia Evangelista
Leticia Muniz
Marcos Oliveira
Mario Ribeiro
Monalisa Gomes
Thamires Coimbra
Virginia Oliveira
Orientação
Corporal
Elmo Ricardo
Musica
original e Direção Musical
Leticia Muniz
Musicistas
Fran Nascimento
Laidia Evangelista
Leticia Muniz
Arte
Jonas Gomes
Fotografia
Fran Nascimento
Virginia Oliveira
Liana Cavalcante
Ambientação
e Figurino
Marlete Rodrigues e grupo
Iluminação
Sebastião Lima
Comunicação
Fran Nascimento
Fotos
Josh Brandohw
Direção
Geral
Chico Expedito
Produção
e Realização
4 Portas na Mesa
AUTOR,
CENAS E MONTAGEM
Agora é a vez de Brecht na 4 Portas na Mesa, dos TEMPOS
DE BRECHT, que são também os nossos tempos.
Bertold Brecht era
alemão e foi antes de tudo um humanista... Era poeta, romancista, dramaturgo e seus
trabalhos artísticos e estudos teóricos influenciaram profundamente o teatro
contemporâneo. Praticava uma incisiva crítica social, dono de um humor
cínico... Brecht era pura resistência.
Considerado um dos
autores mais importantes do século XX, Brecht dava grande importância à
dimensão pedagógica de seu teatro, que se caracteriza pelo cunho narrativo e
descritivo, apresentando os acontecimentos sociais de forma profunda, procurando
ao mesmo tempo entreter e fazer refletir. Não se limita a explicar o mundo, se
dispõe a modificá-lo. Brecht mudou
completamente a função e o sentido social do teatro, usando-o como arma de
consciencialização e politização
Nossa montagem, produto da Turma Zero de teatro
da 4 Portas, nossa primeira turma, como não poderia deixar de ser, é um exercício
da estética e teoria Brechtiana (o segundo módulo estudado o ano passado) e só
através das marcas, das atitudes e postura dos atores, do cenário, do figurino, da música, dos sons e até do silêncio é que
sua proposta se completa. É só através destes elementos que seu texto causará o
efeito desejado.
Os textos
encenados mostram um passeio na obra dramatica e poética de Brecht, em suas
várias fases, da sua juventude à maturidade...
Viajamos através do teatro didático, passando por sua fase épica até
chegar ao seu Teatro Dialético, como finalmente definiu o seu teatro (Galileu
Galilei) na sua fase mais madura.
Eles não usam Black Tie
ELES NÃO USAM BLACK TIE
De Gianfrancesco Guarnieri
Ficha Técnica
Elenco:
Thamires Coimbra
Joyce Ramos
Thamires Coimbra
Joyce Ramos
Monalisa Gomes
Fran Nascimento -
Letícia Muniz
Fran Nascimento -
Letícia Muniz
Virgínia Oliveira
Marcos Oliveira
Mário Dinho
Elmo Ricardo
Laidia Evangelista
Ambientação:
Marlete Rodrigues e Grupo
Figurino e Adereços:
Marlete Rodrigues
Preparação Corporal:
Elmo Ricardo
Direção Musical:
Letícia Muniz
Marlete Rodrigues
Preparação Corporal:
Elmo Ricardo
Direção Musical:
Letícia Muniz
Musicos
Leticia Muniz
Laidia Evangelista
Mario Ribeiro
Fran Nascimento
Iluminação:
Sebastião Lima
Fotos
Alex Costa
Liana Cavalcante
Direção Geral:
Chico Expedito
Chico Expedito
Produção
4 Portas na Mesa
Produção
4 Portas na Mesa
AUTOR, TEXTO E MONTAGEM
As montagens da 4 Portas se desenvolvem sempre a partir de textos de
qualidade, textos que ofereçam uma dramaturgia sólida e consistente, que
contenham um material rico, tanto para o Diretor quanto para os atores. Achamos
que isso é fundamental quando estamos
lidando com atores e atrizes em formação. É o caso da Turma Zero, o primeiro
grupo de alunos da 4 Portas e do qual nos orgulhamos muito.
Gianfrancesco Guarnieri foi ator, diretor, dramaturgo e poeta e se destacou primeiramente no Teatro de Arena de
São Paulo. A peça Eles Não Usam
Black-Tie
foi a sua obra mais importante, além de ser sua peça de estreia, como dramaturgo. Encenada no Teatro de Arena com a direção de José
Renato e com um elenco que despontava no teatro brasileiro e que viria se
tornar importante nesse cenário. Estavam lá, além do próprio Guarnieri, Lelia Abramo , Miriam Mehler , Flavio Migliaccio, Eugênio Kusnet e Milton
Gonçalves. Alcançou um sucesso
imenso, sendo um dos marcos da renovação do teatro brasileiro da época.
Eles não usam black-tie é
uma peça de cunho sócio-político, sua estreia foi em fevereiro de 1958 e
ficou mais de um ano em cartaz em São Paulo, fato
inédito no teatro brasileiro.
A peça
tem como tema central a greve e
a vida operária, e traz também em seu conteúdo, reflexões profundas sobre a
frágil condição humana. "Black Tie" trouxe pela primeira vez ao palco
brasileiro como protagonistas, a nossa gente simples.
Como na sua estreia, nossa montagem também traz
para o palco gente simples e uma estética com soluções simples e inventivas. Na
ambientação, somente os elementos de cena indispensáveis e simbólicos,
que é reforçada por uma interpretação emotiva, às vezes, romantizada e comovente,
emoldurada por uma trilha sonora de perolas da nossa MPB, executada pelo próprio elenco.
Mas a montagem traz também críticas contundentes
sobre nossas questões politicas e
sociais, a emoção e as musicas só ajudam a comentar e reforçar essas questões. Desse
modo, se por um lado, a peça mostra um olhar aprofundado da sociedade
brasileira, por outro, vem embalada por um valor poético materializado na visão
romântica do mundo de seus personagens. São relações de amor, solidariedade e
esperança diante dos percalços de uma vida difícil, onde tudo se passa em torno
de um debate principal que é o debate
entre a coletividade e o individualismo.
Eles não usam black-tie é
um marco do teatro de temática social no Brasil e iniciou uma produção
sistemática e crítica de textos dispostos a representar as classes subalternas.
Esse movimento iniciado a partir da década de 1950, proporcionou uma
dramaturgia forte e viva, que buscava a
construção de uma identidade nacional pautada nas mais variadas expressões culturais
internas.
Aurora da Minha Vida
Ficha
técnica
AURORA
DA MINHA VIDA
De Naum Alves de Souza
Elenco
Assis Filho
Benjamim
Nascimento
Bruna Grant
Crisnaldo Prado
Jakelliny Pinheiro
Jose Carlos
Josh Brandohw
Karolynna parente
Leandra Xáera
Mario Ribeiro
Michael Douglas
Mayra Beatrisse
Leticia Muniz
Oliver Gandhi
Cenário
e Figurino
O Grupo
Orientação
Corporal
Elmo Ricardo
Iluminação
Marcio Anderson
Trilha
Sonora
Leticia Muniz
Operação
de Som
Fran Nascimento
Operação
de Luz
Sebastião Lima
Arte
Marcio Anderson
Fotos
Liana Cavalcante
Virginia Oliveira
Direção
Chico Expedito
Produção
4 Portas na Mesa
AUTOR,
PEÇA E MONTAGEM
Naum
Alves de Souza é paulista do interior e ao longo de sua carreira desenvolveu
muitas atividades ligadas às artes: pintor, desenhista, gravador, bonequeiro,
figurinista, cenógrafo, autor e professor de teatro e artes plásticas. É um
especialista em trabalhos com criança e adolescentes
Como
autor e diretor, recebeu com suas peças os prêmios mais valorizados do teatro
brasileiro como o APCA, o MAMBEMBE e o MOLIERE.
Suas
peças mais importantes são: MARATONA, NO NATAL A GENTE VEM TE BUSCAR e AURORA
DA MINHA VIDA.
Naum
afirma não gostar do discurso abertamente politico no teatro, mas com A AURORA,
na verdade, escreveu uma obra contundentemente critica sobre a sociedade
brasileira. Aqui, ele através da sala de aula que, em si é um microcosmo da
sociedade, mostra como ela forma os cidadãos que vão definir os rumos do País
e, é claro, os definem em ampla medida de acordo com os valores que lhe foram
impingidos ao longo de sua formação.
Nossa
montagem nada mais é do que a tentativa de explicitar isso tudo, de forma a
mostrar que mudamos muito pouco desde a estreia de AURORA em São Paulo em 1980.
A plateia identificara através dos tipos e das situações, de onde vieram, como
se formaram ao longo dos tempos, os nossos conceitos e preconceitos atuais.
Nossa estética é livre, crítica e atual, a interpretação e marcações, pesquisam
e usam todas as possibilidade de leitura que o teatro moderno oferece.
O
grupo é resultado de um curso de longa duração, oferecido pela Ecoa em 2016 e
agora agregado as turma da 4 portas na Mesa, se desenvolve com muitos valores
agregados: estudo, critica e talento. A Turma Um da 4 Portas ainda está em fase
formativa, mas promete.
À Deriva
À
DERIVA...
Leitura livre da peça EM PLENO MAR
De Slawomir
Mrozec
Elenco
Alexandre Fontenelle
Chico Expedito
Elmo Ricardo
Vinicius Felix
Trilha
Sonora e Operação de Som
Leticia Muniz
Arte
Jonas Gomes
Fotografia
Geovane Lima
Ambientação
e Figurino,
Caracterização
Marlete Rodrigues e grupo
Comunicação
Fran Nascimento
Iluminação
e Cenotécnica
Sebastião Lima
Orientação
Corporal
Elmo Ricardo
Assistência
de Direção
Alexandre Fontenelle
Direção
Geral
Chico Expedito
Produção
4 Portas na Mesa
AUTOR,
PEÇA E MONTAGEM
EM
PLENO MAR, texto original no qual
apoiamos nossa montagem é do dramaturgo,
jornalista, cartunista e prosador polaco, SLAWOMIR MROZEK que pertence a categoria dos escritores satíricos, fenômeno
presente em todos os tempos. O humor
corrosivo, o sarcasmo, à angustia, o cômico, o absurdo e a poesia combinam-se
nas suas peças de teatro. Ele ridiculariza
as instituições, os valores consagrados, os poderes estabelecidos e os usos e
costumes num jogo sutil entre o bizarro
e o insólito. Por essas razões costuma-se classificar o autor em um gênero, o
do Teatro do Absurdo.
À
DERIVA... é uma alegoria sócio politica, é a vida do homem na sociedade
moderna, é o absurdo da condição humana. É a comédia contemporânea.
Nossa
montagem ri dela própria, com bom humor ela não define o local da ação e nem a
época. A luz, as musicas, a
movimentação, os climas, as pausas e
silêncios sugerem nossa eterna nostalgia, desesperança e melancolia, os nossos
males modernos. Os personagens são tipos atemporais, repetem falas e atitudes
condizentes com sua classe social em um eterno ciclo, eles insistem nas suas
hipocrisias, suas injustiças, suas mediocridades, acabando por mostrar de forma
contundente todo o seu ridículo, como se fosse um vício, como se fosse hoje.
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